quinta-feira, 12 de março de 2009

97 - Viagem ao Mapuá, 7º dia

Sábado, 7 de março,

Mais uma Graça



7 horas da manhã, o motor do santo Ezequiel moreno já estava ligado, apesar de estarmos na Boca do Mapuá, anda faltava uma comunidade naquela área, era preciso pegar um braço do Mapuá-Mirim para visitar a comunidade de Nossa Senhora de Nazaré, essa é a última comunidade sob a coordenação do Antonio. Comunidade pequena, 12 famílias, a capela está em construção, coberta com telhas coloniais, mas ainda sem as paredes. Conversando com Paulo, um comunitário, ele nos explicava como vão construir a capela, com certeza vai ficar bela, esperamos que logo se torne realidade esse sonho. Reencontrei Bruna, um a menina linda de 8 anos que havia conhecido na visita a São Sebastião no dia anterior, ela estava com Socorro, sua mãe e veio acompanhar Antonio nesse último instante de contato conosco.
Foram 6 batizados nessa comunidade, entre esses batizados 2 mulheres adultas, uma de 51 anos e outra de 47 anos, isso é muito bom para que a comunidade veja que nunca é tarde para se tornar membro do corpo místico de Cristo.
Por volta das 12 horas já almoçávamos na casa de um dos comunitários, logo sairíamos do Rio Mapuá e entraríamos no Rio Aramã.

Seguiram de carona conosco Antonio, Socorro e Bruna, que ficaram em sua comunidade, São Sebastião, entramos na Boca do Mapuá e chegamos ao Aramã, agora era percorrer um bom trajeto para chegar à comunidade de São Benedito, ali já nos esperava um povo alegre e cantante. Nós que somos de locais privilegiados, onde nossa Igreja tem muitos padres e temos missas diárias, não temos a noção do quanto aguardam essa visita do padre o povo ribeirinho, é apenas uma vez no ano, portanto, é um privilégio para eles participarem desse momento de festa.

Mais uma comunidade pequena, apenas 10 famílias, pessoas muito simples e de muita fé, como por exemplo, dona Graça, uma senhora que aniversariava nesse dia e que pediu desculpas por não terem vindos todos de sua casa. Ela explicou que era difícil para todos virem porque só há uma pequena embarcação, que eles chamam “casquinho” e a distância da casa dela para a capela é 1 hora e meia remando. Sua simplicidade chegava a nos comover quando ela falava.
Para mim é sempre um momento de conversão quando me deparo com pessoas como ela, penso sempre em nosso comodismo, como vemos dificuldade em tudo para estar na Casa de Deus, e ela, na sua ingenuidade, ainda nos pede desculpas pelos seus familiares ausentes.

Durante a Missa tivemos 6 batizados de crianças e a Palavra de Deus nos brindava nesse dia com o convite a amar aquele que nos odeia, como é bom saber que nós somos chamados a sermos santos como Deus é Santo, mesmo que seja difícil de se alcançar, o nosso desejo pela santidade deve ser constante e é bom ver exemplos de humildade como o de Dona Graça, isso nos faz mais humanos e mais próximos do divino.

Pernoitamos no porto da comunidade, deixamos para partir pela manhã do domingo, o Dia do Senhor nos brindaria com outras experiências.

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