quinta-feira, 12 de março de 2009

101 - Viagem ao Mapuá, 11º e ultimo dia


Quarta-Feira, 11 de março,

A exemplo de Santa Rita




Acordei bem cedo nesse dia, o alvorecer no Rio Taujuri é simplesmente lindo, por isso desejei fotografá-lo e guardar como lembrança.
Tomei café com alguns comunitários, aos poucos apareceram Paulo e Sr Periquitinho e depois frei Ronaldo.


Antes de nossa partida visitei a escola de ensino fundamental da comunidade, são muitas crianças estudando todas juntas, de primeira a quarta série. Isso é muito comum no interior do Marajó, praticamente toda comunidade tem somente um professor para todas as séries.


7horas e 20 minutos, saímos em direção a comunidade de Nossa Senhora da Conceição, mais uma pequena comunidade no Rio Aramã. Uma coisa que observamos ali é o grande número de pessoas com deficiência mental, isso se dá pela união de pessoas da mesma família, são primos e primas de primeiro grau tendo filhos e com isso trazendo as conseqüências. Não me lembro de visto um numero tão alto assim em outro lugar, proporcionalmente eu diria que esse número é alarmante.



Nessa manhã do último dia de nossa visita a essas comunidades do setor Mapuá o padre acordou pior ainda do que na véspera, mal conseguia falar e se limitou a atender a confissões e a fazer as partes principais da celebração, delegando maior parte a mim.
Foram 5 batizados e 4 crianças recebendo a Primeira Eucaristia.
O Evangelho do dia nos levava a refletir mais uma vez sobre a posição que desejamos ocupar, se desejamos o primeiro posto, que sejamos os servos de todos. Falei um pouco sobre a nossa responsabilidade de sermos a Igreja Católica nesse pedacinho de mundo que Deus nos deu para cuidar, que isso é uma grande responsabilidade para todos nós.

Almoçamos na casa do Sr Hermes, dirigente da comunidade, e por volta das 14 horas já seguíamos em direção a comunidade de Santa Rita do Matamatazinho, nosso ultimo compromisso nessa viagem.

Fomos recebidos com muita festa mais uma vez, os comunitários logo foram ao barco buscar a imagem da padroeira Sant’Ana com cânticos que honram a Mãe de Maria Santíssima.


Por volta das 15 horas já estávamos na pequena e bela capela dando as orientações da paróquia para as comunidades do interior, falando sobre dizimo, freqüência, batismo, crisma, casamento, Primeira Eucaristia, Sacrário nas capelas do interior, tudo o que nós fizemos na primeira comunidade, com o mesmo entusiasmo fizemos também na última., por sinal ambas dedicadas a Santa Rita de Cássia.
Santa Rita de Cássia que usei como modelo de fidelidade a Deus na pregação durante a celebração. Ela, que apesar de tudo que passou, não desistiu de Deus e se manteve fiel. Como ela, eu dizia ao povo, passaremos por muitas tribulações, seremos tentados a desistir de nossa missão, porém, ao nos mantermos fiéis a vontade de Deus, alcançaremos prêmio que nos é reservado na vida eterna.
Nessa tarde foram 2 casamentos e 7 batizados, inclusive se casou nesse dia o dirigente da comunidade.


Ao final da celebração, frei Ronaldo, quase sem voz, agradeceu a todos, falou do grande valor que foi fazer essa visita ao setor Mapuá, o crescimento que é para a comunidade e também para nós que visitamos.

Fomos convidados a jantar antes de nossa viagem de volta a Breves, mesmo que fosse dia claro já estávamos na barraca da comunidade bem servidos com cotia, galinha caipira, pato e açaí, que alias não faltou em nenhuma mesa nesse interior.


Passavam 10 minutos das 18 horas quando nosso barco, Santo Ezequiel Moreno deixou a comunidade seguindo o Rio Matamatazinho com destino a Breves. Cansados sim, mas felizes com a certeza do dever cumprido, esse era o sentimento de todos nós.

Um belo saldo foi o número dos sacramentos administrados, foram 7 casamentos, 29 pessoas recebendo a Primeira Eucaristia, 120 irmãos novos entrando no Corpo Místico de Cristo através das águas do batismo. Além de muita gente podendo receber a Eucaristia, e mais de 350 pessoas recebendo a graça do perdão de Deus através do sacramento da confissão.

Por volta das 22 horas o porão do barco estava cheio de água, a bomba não dava conta de jogar tanta água para fora, por cerca de 1 hora, eu e Paulo tiramos toda aquela água enquanto o Sr Periquitinho assumia o leme da embarcação.



Já eram 25 minutos do dia 12 de março quando avistamos as luzes da cidade de Breves, aportamos no posto São Benedito faltando 15 minutos para 1 hora da manhã e ali eu e frei Ronaldo desembarcamos. Sr Periquitinho preferiu ficar até o amanhecer e Paulo, como sempre, fica mesmo é tomando conta do Santo Ezequiel Moreno.


Final feliz, que Deus me permita participar de outras missões como essa.

Nenhum comentário: