quinta-feira, 12 de março de 2009

94 - Viagem ao Mapuá , 4º dia

Quarta-Feira, 4 de março,

Era preciso empurrar uma ilha

6 horas da manhã, Paulo ligou o motor do Santo Ezequiel Moreno, destino, Cantagalo.
Jorge dormiu em casa, mas já estava conosco novamente por saber da dificuldade que teríamos ao atravessar aquele estreito de Bernaldina, e realmente foi bem difícil, muitos galhos já haviam amontoado novamente naquele lugar e foi preciso literalmente empurrar uma ilha com o barco, havia certa tensão, já que poderíamos danificar as palhetas e então ficaríamos a deriva, força par um lado e para outro, em cerca de dez minutos o problema foi resolvido e seguimos o nosso caminho.
Passava das 8 horas da manhã quando chegamos a comunidade de São Sebastião do Cantagalo, o dirigente, Marcelino, acompanhado de alguns comunitários nos receberam calorosamente. Essa era uma comunidade muito pobre, são 62 membros apenas e nem um fio para conduzir energia para a capela lá havia, foi preciso usar a extensão do santo Ezequiel moreno e manter o gerador do barco ligado para ter energia por lá.
Quem apareceu para celebrar conosco foi o Sr Orlando, aquele mesmo que nos acolheu em sua casa na comunidade de Santa Rita, vieram com ele alguns membros daquela comunidade numa pequena embarcação.
Como era de se esperar, não foram muitos a se confessar e apenas 1 menino receberia a Primeira Eucaristia, porém, o numero dos batizados era maior do que na comunidade que antecedeu 12 crianças, algumas até já com 6 ou 7 anos idade, isso demonstra que a comunidade vem levando a sério essa preparação para a inclusão na igreja de seus filhos e filhas.

Terminada a missa, frei Ronaldo permaneceu para assinar os documentos e a prestação de contas e já nos preparávamos para o almoço e para seguir com destino a comunidade Nossa Senhora do perpétuo Socorro.

Com muita chuva no caminho chegamos à comunidade quase às 15 horas, tomamos um café oferecido por uma das famílias da comunidade e logo em seguida já estávamos na igreja, frei Ronaldo atendendo as confissões, eu dando as instruções sobre procedimentos para as comunidades do interior e Sr periquitinho juntamente com o vice-dirigente da comunidade fazendo o procedimento da eleição.

Por volta das 17 horas celebramos a Santa Missa e durante a celebração tivemos o batismo de um menino chamado Adriano. Como ficou combinado com o frei, pela manhã ele faria a homilia e na celebração da tarde eu me encarregaria da pregação na Missa. O evangelho do dia nos falava do sinal de Jonas, esse seria o único para sinal para aquela geração má. Na pregação falei um pouco sobre seguir a Jesus em busca da vida eterna e não em busca de milagres ou sinais mágicos, se buscamos somente isso e encontramos, já temos o nosso pagamento final. Para nós, muito melhor é desejar as coisas da vida futura, a vida eterna que Deus tem para nós. Ao final da missa, Sr periquitinho agradeceu a acolhida da comunidade, Antonio, coordenador da área que abrange 6 comunidades, falou sobre a importância da visita do padre e de que a comunidade deve aproveitar ao máximo esse dia para ouvir os ensinamentos de Deus e da Igreja. Por fim, pedi que a comunidade rezasse pelos padres da paróquia ali representados por frei Ronaldo e também pelas vocações, já que sentimos a necessidade de mais padres para a Prelazia do Marajó, especialmente de mais padres marajoaras. Rezamos o ângelus e terminamos a nossa visita.
O jantar foi servido na casa de dona Joana, que como todos os outros, fez de tudo para nos agradar. Isso é uma constante nos ribeirinhos, ele vão sempre servir aos visitantes o melhor que a comunidade poder oferecer. Antonio se juntou a nós nessa etapa da viagem.
Nessa noite mesmo seguimos viagem para a comunidade de São Benedito do Mapuá, cerca de 40 minutos dali, assim poderíamos começar logo cedo nossas atividades por lá.

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