quinta-feira, 12 de março de 2009

95 - Viagem ao Mapuá, 5º dia

Quinta-Feira, 5 de março,

Maria das Graças,
uma menina cheia de graça.


Amanheceu no Mapuá sem chuva dessa vez, foi possível lavar algumas roupas e colocá-la para secar no alto do barco.
Tomamos café com a comunidade que tem essa prática do café e almoço comunitário.
São Benedito do Mapuá não é uma comunidade grande, são 27 famílias apenas, mas nessa viagem percebemos que é a comunidade melhor estruturada fisicamente. Tem uma capela nova e um dirigente interessado em fazer uma estrutura bonita com bancos, oratório, mesa do altar e da palavra bem bonitas. Marcelino, o dirigente, é um rapaz novo e com bastante animo para construir.
Iniciamos nossas atividades por volta das 8 horas e 30 minutos e logo após a saudação o padre foi atender confissões e eu fiz uma palestra sobre as orientações de organização das capelas do interior, enfatizando as novidades de nossa paróquia nesse ano de 2009 que é a Crisma para as capelas do interior, bem como a introdução do sacrário nas capelas que tiverem condições de receber o Cristo Eucarístico.

Porém, nessa manhã, a maior graça que eu tive foi a de conhecer uma menina chamada Maria das graças, ela tem uma deficiência mental e mal consegue falar, ouve bem, mas não consegue pronunciar bem as palavras. A mãe dela veio nos procurar, pois a menina deseja fazer Primeira Eucaristia e não era bem acolhida por causa de sua deficiência. Que alegria para essa menina foi quando a mãe me apresentou a ela. Ouvinte assídua do rádio, ela já me conhecia bem, sabe quem é a Virtes, o Ray Batista e outros locutores da rádio. Para Maria das Graças cada um desses da rádio é alguém muito importante, pois faz companhia a ela nas madrugadas que passa acordada, segundo a sua mãe, ela acorda às 2 horas da manhã e liga o rádio, seu único amigo.
Frei Ronaldo autorizou a Maria das Graças de receber a Eucaristia, reconheceu sua limitação, de que ela não tem consciência do que é pecado e por isso não teria nem como se confessar, como ela deseja receber o Corpo de Cristo porque vê os outros recebendo, não seria justo impedi-la.
Com apenas 1 batismo durante a missa, de uma menina chamada Pâmela, a celebração não foi demorada. Na homilia o padre falou sobre a oração que tem poder diante de Deus, a oração do simples e sincero como foi a rainha Ester pedindo por seu povo prostrada diante do Senhor.
Terminada a celebração, preparamo-nos para o almoço que, como o café da manhã, seria comunitário.

Seguimos rio abaixo, continuamos no Mapuá, dessa vez a comunidade visitada seria Nossa Senhora das Graças, na vila Amélia.
Como sempre, fomos recebidos com festa. A capela é uma beleza, novinha, acolhedora e das mais organizadas desta visita. São 27 famílias freqüentadoras da comunidade e ali realizamos 11 batizados. Com certeza essa será uma das primeiras capelas do interior a receber o sacrário, pela sua estrutura física e pela capacidade de seus dirigentes. A pregação do dia era muito boa de fazer, exatamente porque o evangelho do dia trazia para nós o ensinamento de que devemos pedir com insistência a Deus que tudo nos será dado, pois se até nós que somos maus damos o que nossos filhos pedem quanto mais Deus que é bom dará o que nos é necessário.
Terminada a celebração, retornamos para o Santo Ezequiel Moreno, na certeza do dever cumprido. Por volta das 19horas e 30 minutos fomos jantar na casa do dirigente da comunidade, Antonio Borges.
Depois do jantar e um bom papo com os novos amigos, resolvemos dormir por ali mesmo, já que a próxima comunidade estava a mais de 1 hora de viagem e a noite estava sem luar, o que dificultaria a navegação.

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