15 - Não separe o homem o que Deus uniu.

"Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu."

(Mateus 19,6)

Quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008. Fato interessante ocorreu hoje no Convento da Penha que serve, como sempre, para me derrubar de meus questionamentos a respeito dos desígnios de Deus.

Cheguei muito cedo para a missa das 8 Horas e fiquei no corredor rezando meu terço da manhã e esperando terminar a missa das 7 horas para entrar na igreja e ficar algum tempo diante do santíssimo Sacramento.
Pouco antes da benção final uma moça veio em direção a porta que dá acesso a varanda oeste, meio cambaleante e sentou-se ao chão próximo a porta. Aproximei-me, perguntei se precisava de ajuda e ofereci água. Falei para ela sentar-se lá fora para pegar vento e deixei-a por um instante.

Terminada a missa das 7 horas, fui para a capela rezei um pouco e fui ver a moça na varanda, ela já estava com um ar mais sereno, disse que quase desmaiou, pois esta se alimentando mal. Brinquei com ela para quebrar o gelo dizendo que devemos fazer a nossa primeira refeição do dia como um rei, mas a face dela demonstrava tristeza e então começou a falar de seu problema de relacionamento como o marido. Falou algumas coisas que a entristecem, mas que não vem ao caso relatar aqui, até porque não tenho autorização, e mesmo não sendo sacerdote, é algo parecido com segredo de confissão. Não confundam com uma confissão, foi apenas um desabafo e uma necessidade de partilhar e ser ouvida.
durante o papo sempre vou conhecendo mais a pessoa, fui perguntando seu nome, do marido, onde mora, qual a atividade na igreja e tudo ela foi falando.

Mas na minha cabeça sempre tem aquela questão. "Meu Deus o que tenho haver com isso, nem conheço as pessoas, não tenho como interferir nessas questões. Para que me mostras essas pessoas a cada dia?”

Mas, como Deus não tarda em me dar suas rasteiras, ela logo veio.

Ao longo da conversa ela me perguntou também onde eu morava, quando disse que morava em Jardim Camburi, ela logo perguntou há quanto tempo eu residia lá, respondi que desde 1987, perguntou se tinha algum relacionamento com os jovens da paróquia nos anos passados, eu disse que fundei os grupos de jovens e adolescentes aqui. Então veio a rasteira de Deus, ela disse, meu marido é... E disse o nome dele e das irmãs. Simplesmente meus amigos de longa data.

Mais uma vez os desígnios de Deus passavam por mim no sentido de resgatar aqueles que são do meu convívio para Ele, e de estar a serviço das necessidades humanas de meus amigos. Se sou um zelador, tenho que zelar por aqueles que Deus me manda cuidar.

Grande rasteira, Senhor, mais uma lição aprendida nessa quaresma, e agora mãos a obra, vamos rezar por este casal e tratar de fazer com que renovem suas promessas do matrimônio.

Quão bom seria se os casais renovassem as suas promessas do matrimônio assim como renovamos as nossas promessas do Batismo, Ela estariam sempre frescas em suas mentes e não teríamos tantas crises de relacionamento

Já a noite, em nosso grupo de cenáculo, Nossa Senhora continua a cuidar de seus filhos amados. Queria citar a Valéria que derramou seu mais puro sentimento em nosso grupo de cenáculo. Como eu amo essa menina, como eu amo sua família de servos de Deus. Como é bom e agradável para os irmãos viverem unidos. Esse é o sentimento que tenho quando estou com meu grupo, que partilha saborosa, que acolhimento teve a Valéria mesmo nas suas lamúrias, quanto a fizeram sentir-se amada e desejada em nossas reuniões. Essa é a essência do grupo que já deu frutos.

Que Deus abençoe a todos os casais e que Maria Santíssima os cubra com seu manto sagrado.