18 - É preciso me deixar Crescer!

"Faça companhia a Jesus nos jardins do Getsêmani e Ele sempre te confortará na tua hora de agonia."

(Pe. Pio de Pietrelcina)

Domingo, 17 de fevereiro de 2008. Dia do senhor. Hoje acordei cedo demais por culpa do término do horário de verão, isso foi bom porque pude rezar o terço com a TV Século XXI. Meu compromisso pela manhã de hoje seria a missa das 8h30mim no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, hoje celebramos 30 dias do falecimento do meu tio Glecy. Emocionou-me de forma especial a homilia do Padre José Pedro Luchi.
A primeira leitura da missa (Gn 12, 1-4) foi maravilhosamente explicada pelo padre. Ele começou a falar sobre o desejo e a necessidade que o ser humano sente de viajar, de sair da sua terra, de conhecer outros povos e culturas. Dá ênfase ao chamado de Abraão que convocado por Deus para uma missão deixa terra, família e a casa do pai para partir para uma terra distante a fim de constituir o povo de Deus. Que alegria ver padre Luchi falando ao povo da necessidade de sairmos de nosso local e conforto para aceitar os riscos de Deus. Não saber o que nos aguarda-nos causa certo medo, mas é necessário crer na promessa de Deus para nós, de que termos como Abraão, uma grande descendência se deixarmos tudo para constituir a família de Deus.

É preciso me deixar crescer! Nunca tinha antes pensado numa frase assim, mas é minha necessidade de hoje, creio que por vezes me limito e me resguardo para não correr muitos riscos. Isso me impede de crescer, me impede de seguir a Cristo nas montanhas que Ele me chama.

Com Pedro, Tiago e João, ele sobre ao Tabor, se transfigura como vemos no evangelho de hoje, porém teremos que descer trabalhar para o Reino de Deus e depois subir o Getsêmani e lá sofrer suas dores, vigiar e orar, não dormir como Pedro, Tiago e João que não puderam vigiar por uma hora. Preciso subir ao Monte e lá sofrer a prisão e a traição junto com Jesus, sem fugir como fugiram todos os discípulos, mas encarar nosso destino de cristãos, para finalmente chegar ao monte calvário e permanecer com Cristo, como João e, Maria e outras mulheres, que em momento algum o abandonam na dor. Tantas são as montanhas a subir nessa nossa missão, por vezes para ver a Glória de Deus, para orar, para chorar e para nos deixar seguir nosso destino de cruz de Cristo.

É preciso me deixar Crescer! Crescerei quando atendo o chamado de Deus, crescerei quando subir o monte para orar e me alimentar de Deus e descer para trabalhar no na construção do Seu Reino. Crescerei quando compreender que o povo de Deus precisa da minha renúncia pessoal e me tornar servo absoluto de Deus, sem medo do compromisso, sem medo do futuro.

Repleto da Graça da Palavra e da Eucaristia voltei para casa a fim de participar a aula virtual do Projeto Amazônia. Luiz Guilherme falou das várias expressões religiosas do Pará, dentro e fora do catolicismo, citou sua participação nos terreiros de umbanda, e da sua conversão e de sua família ai catolicismo, com respeito e serenidade a crença dos outros. Isso é parte da nossa necessidade de inculturação, compreender e respeitar as diversas culturas.

Cita também que o grande objetivo da missão não é o evangélico, ateu ou de outras religiões, mas sim os indiferentes a religião, aqueles batizados que não acolhem a palavra de Deus.

Passa pela religiosidade popular do povo amazônico, cita por diversas vezes o Círio de Nazaré e outros círios menores nas diversas regiões, especialmente no interior do Pará.

Fala por diversas vezes também da grande expectativa de Dom Azcona para que os missionários tenham o papel de formadores de lideranças locais. Não deixa de citar o fato de que alguns padres ou expressões religiosas locais têm certa resistência aos que vem de fora por entender que por si só são capazes de fazer esse trabalho de formação de lideranças. O conteúdo da aula foi bem parecido com a aula anterior, explicando fatos históricos, a participação da Igreja na região amazônica, sua influência por vezes negativa na cultura local, o desenvolvimento das religiões neopentecostais. Não deixou de citar as tradições indígenas que influenciam na religiosidade popular e sobre a necessidade de tratar com muito carinho dessa religiosidade. Entende que o primeiro anúncio, Kerigma, seja ponto fundamental para que haja o abandono de algumas práticas contrarias a religião católica sem criar um problema maior de conflito de interesses.

Seguiu-se uma série de perguntas sobre o tema e respostas dentro do seu entendimento.

Entendo que como recado principal dessa aula nos fique a certeza de que temos que buscar a inculturação sem nunca abandonar a forma de expressão da RCC, seu carisma e seu modo de agir, respeitando a diversidade e servindo com obediência aos sacerdotes responsáveis pela igreja local, conquistando a confiança e mostrando que é possível caminhar juntos nessa Igreja que é Uma, Santa, Católica e Apostólica.

O Senhor disse a Abrão: "Deixa a tua terra, a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te indicar.
Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos.

(Gn 12, 1-2)