segunda-feira, 28 de abril de 2008

30 - Chegada em Breves, Marajó


Domingo, 27 de Abril de 2008. Dia do Senhor. Amanhece em Marajó, o rio está calmo e a viagem foi bem tranqüila, são 6H30min e ainda faltam algumas horas para chegar a Breves, é realmente deslumbrante a vista, muitas e belas matas, ilhas e praias nos abraçam e acolhem, é de se sentir como um único elemento, verdadeira integração com a natureza.

Pude conhecer algumas pessoas no barco e observar seus costumes, não me parece difícil à adaptação, pois o povo paraense é acolhedor.

Cheguei à cidade de Breves às 9h conforme o previsto e Olga me aguardava no porto. Seguimos imediatamente para o local do REFORMI, no Tagaste. Lá me juntei a Virtes, Digão, Elô, Maria Lúcia e Camilla que estavam em reunião.

Por uma falha de comunicação entre os organizadores no Pará a programação que seria no domingo foi antecipada para sábado por isso acabei perdendo algumas coisas importantes, especialmente a apresentação cultural dos grupos de jovens da região, seguindo meus companheiros de missão foi o grande momento do sábado.

Recebemos em seguida Wanderley, pessoa importante na paróquia, acompanha o Frei Manoel nas viagens às comunidades ribeirinhas, ele nos falou muito sobre a realidade das 182 comunidades da Paróquia de Santana, das questões políticas locais e da educação.

Em seguida recebemos Dom Azcona que veio nos acolher e acompanhar nesses dias de REFORMI e envio para missão. Ele realmente é uma figura incrível, um profeta, de grande sabedoria e humildade que nos emociona a cada instante com suas palavras e atitudes. Um bispo próximo do povo, servo de todos, capaz de se levantar da mesa do almoço para servir aos demais num gesto simples e desprendido de posições.

Recebemos Irmã Yullis da congregação das Irmãs de Santana que veio nos falar da realidade das doenças na Prelazia de Marajó e como isso é tratado nas relações políticas e institucionais que há nessa questão.

Recebemos também o Senhor Udo, um alemão há 20 anos radicado no Brasil e que tem vasto conhecimento político e social, conhece e tem projetos para a Ilha de Marajó, ele deixa um pouco a desejar na questão espiritual, mas como assessora os bispos e padres da região, talvez se torne um católico convicto algum dia.

À noite fomos à missa na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ali mesmo no Tagaste, onde estávamos reunidos, foi nossa primeira Missa com Dom Azcona, que mais uma vez nos emocionou com sua pregação na homilia, pois fala uma linguagem muito clara e direta. Fez a nossa apresentação à comunidade local, em seguida leu a carta de apoio dos bispos do Brasil a Ele e aos dois outros bispos do estado do Pará ameaçados de morte.

Ao final da missa pudemos ter um pequeno entrosamento com as pessoas da comunidade, isso é importantíssimo para quebrar algumas idéias pré-estabelecidas que tenhamos uns com os outros.

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