terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

83 - Levanta-te!!!


Sábado e domingo, dias 7 e 8 de Fevereiro, realizamos o nosso primeiro retiro para jovens da RCC, denominado "LEVANTA-TE!". Foi no sitio Maria Rafols, pertencente as Irmãs da Caridade de Santana.
Foram cerca de 45 jovens participantes, a nossa proposta era para 60 jovens, mas alguns faltaram por motivos pessoais ou simplesmente não justificaram a ausência.

Uma diferença que senti aqui em relação a outras cidades que eu já estive pregando ou organizando eventos com jovens foi a pouca resistência deles as as dinâmicas do evento. Nenhuma resistência, tudo que propunhamos era facilmente acolhido, isso facilita a interação e nos dá confiança de prosseguir.
Sábado, apesar da grande chuva, a grande maioria cumpriu o horário e começamos no horário combinado, 13 horas, após um inicio com oração pedindo a presença do Espírito Santo como condutor do retiro e de Nossa Senhora como nossa maior intercessora, iniciamos com uma pregação feita por Eloisa sobre o Amor do Pai.

Depois passamos pelo pecado e reconciliação, apresentamos Jesus Salvador, e tudo o que requer um bom encontro kerigmático da RCC.

Em paralelo, tivemos a presença do Padre José Otávio atendendo as confissões e presidindo as celebrações. Ele é promotor vocacional da Prelazia do Marajó e nosso grande amigo, padre jovem, acolhedor, excelente formador. Muitos confessaram com ele e sentiram também como ele é um bom conselheiro.

Por volta das 19 horas tivemos nossa missa, e ela foi celebrada de forma explicativa, passando pó cada parte litúrgica e comentada pelo padre. Excelente isso, pois abre mais um canal de participação dos jovens na liturgia, o entendimento do que é a liturgia e porque celebrar.

À noite tivemos um momento mariano muito profundo, onde cada jovem teve a chance de abraçar Nossa Senhora e ter um encontro pessoal com a mãe.

Por falar em abraços, esse foi o encontro dos abraços.

Desde a primeira pregação onde a Eloisa falou do Abraço do Pai que ama, passando pelo abraço ao Crucificado que foi uma das dinâmicas que a Virtes propôs, chegando a noite com o abraço de Maria.

Mas não parou por ai, no domingo pela manhã tínhamos um momento de cura interior e a proposta era voltar a nossa infância e adolescência para curar os traumas das perdas e desencontros familiares. Não parecia que ia fluir muito, as coisas da infância não viam a tona, mas no meu coração batia forte os problemas da adolescência em cada um, a solidão das paixões dos adolescentes, o desabrochar da sexualidade, os problemas da afetividade mal resolvidos, a puberdade vista de uma maneira suja por falta de orientação. No momento certo fomos falando disso e muita coisa foi revelada.
Porém, o grande momento dessa manhã foi a reconciliação dos jovens com os seus entes queridos, especialmente com o pai.

Como é grande e grave aqui esse problema de relacionamento com o pai, muitos foram abandonados pelo pai ainda na infância ou adolescência, muitos sequer conhecem seus pais. Outro grave problema é o alcoolismo que sempre traz uma carga de raiva nos filhos, de vergonha e de frustração por ter um pai bêbado.
Como fiz a figura do pai, pude receber muitos abraços de pedido de perdão e de oferta de perdão. Também abraços de saudades daqueles filhos que não se conformam com a distancia e o abandono. Muitas lágrimas, porém, em sua maioria, lágrimas de cura da alma.

Não me lembro de algum encontro de jovens que tenha organizado em Vitória que trouxesse tantos problemas de relacionamentos com o pai a tona.
Em paralelo, muitos se dirigiam para abraçar a mãe, representada por dona Santa, a irmã, namorada ou amiga, representada pela Eloisa ou ainda o irmão, namorado, amigo, representado pelo João marciano. Muitas curas aconteceram naquela capela.

As ultimas resistências foram quebradas no Batismo do Espírito santo, eram poucos, mas haviam, e ali caíram por terra.

Finalizamos nosso retiro com uma pregação de Pedro, seminarista de Breves, sobre a Vida em Comunidade inspirada no Espírito Santo e por fim uma missa que fechou com chave de ouro o retiro. Almoçamos no local e após arrumar todo o ambiente com a ajuda dos jovens, voltamos para casa, na certeza do dever cumprido de anunciar O Cristo Crucificado aos jovens e promover um Novo Pentecostes, como nos pede Dom Azcona.

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