segunda-feira, 15 de setembro de 2008

57 - Vocações sacerdotais e religiosas em Marajó

"Logo que descobri que existe Deus entendi que não podia mais fazer outra coisa a não ser viver por Ele: minha vocação religiosa começa no exato momento em que despertou a minha fé."
(Charles de Foucauld)
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Segunda-Feira, 15 de setembro de 2008. A Igreja Celebra Nossa Senhora das Dores.

Que a Cidade Breves é um celeiro de vocações é fato. Então, como compreender o porque de não termos muitos padres no Marajó?

Durante muitos anos não se cuidou das vocações sacerdotais diocesanas, os bispos daqui, anteriores a dom azcona, nunca designaram um padre para animar e acompanhar essas vocações. Sendo assim, as vocações que surgiam em Breves ou eram acompanhadas pelos freis agostinianos recoletos ou se perdiam por falta de acompanhamento. E durante anos a Prelazia não produziu padres para si.

Eu já fazia essa reflexão com base nas informações que tinha da Prelazia de Lábria no Amazonas da qual a Igreja de Vitória/ES, minha arquidiocese, é Igreja Irmã e sempre enviou para lá padres, religiosos e leigos missionários.
Em 60 anos daquela prelazia, nunca houve uma ordenação sacerdotal para a igreja local, sempre que surgiu algum menino com desejo de seguir na vida sacerdotal ou religiosa, este foi enviado para os seminários agostinianos.
Hoje já temos alguns padres diocesanos no Marajó, porém os seminários contam com poucos candidatos, seja no seminário menor em Soure ou no seminário maior em Belém.
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Estou convencido de que agora está sendo dado o primeiro passo rumo à mudança.
Padre José Otávio, diocesano, ordenado em agosto de 2007 e natural de Melgaço, cidade que faz parte da Prelazia do Marajó, assumiu a animação vocacional.
Com ele está Irmã Rita de Cássia, religiosa da congregação Filhas da Divina Graça, congregação nascida aqui no Marajó.
Na Paróquia de Sant’Ana de Breves ficaram responsáveis pelo acompanhamento dos vocacionados, o Frei Paulo e a Irmã Julys, sendo que Dom Azcona pediu que eu e Virtes acompanhássemos de perto esses rapazes e moças que sentem o chamado a vida sacerdotal ou religiosa.

Percebe-se a necessidade de uma aproximação maior, esses jovens não tinham sequer com quem conversar sobre o assunto, já que na família isso normalmente é tabu como todos nós sabemos.
As famílias católicas geralmente esperam e rezam por vocações, porém, quando o vocacionado é seu filho ou sua filha, isso gera uma crise na família.
Talvez por um sentimento de perda, por falta de compreensão do que é um chamado de Deus ou por ter criado uma expectativa naquele filho de que ele trabalhe para ajudar no sustento da casa.
Sabendo que a maioria das vocações nasce nas famílias humildes e de que o Marajó é formado por famílias com muitos filhos, especialmente as famílias ribeirinhas, não é difícil de entender que a “perda” dessa mão de obra assusta aos pais.

Da nossa parte, esperamos poder contribuir para esse discernimento vocacional e ajudar a fazer brotar nesse meio muitos sacerdotes diocesanos, mostrando aos meninos a necessidades que temos hoje de novos padres para o Marajó, gente com a identidade marajoara, com amor a essa terra e a esse povo.
Claro que a maioria dos freis agostinianos recoletos que por aqui passou também amaram essa terra, mas a vida de um padre de ordem religiosa é de idas e vindas e ele acaba não criando raízes. E mesmo os agostinianos recoletos que daqui saíram não servem atualmente no Marajó, como Frei Zezinho que está em São Paulo ou Padre Marlon que está em Maracaibo na Venezuela, ambos já citados neste BLOG.

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Que Deus Ilumine ao nosso bispo Dom Azcona e através de sua pregação e de seu exemplo suscite novas vocações sacerdotais e religiosas para o Marajó.
Deus mostre o caminho ao Padre José Otávio e a Irmã Rita de Cássia, para que eles saibam animar e conduzir esses jovens marajoaras no caminho reto de Deus.
Que Deus permita que Frei Paulo e irmã Julys se tornem exemplos de vida consagrada e modelo para os vocacionados de Breves.
Por fim, que Deus nosso Pai Misericordioso nos dê sabedoria suficiente para orientar esses meninos e meninas que passam a ter em Virtes e em mim essas figuras dos irmãos mais experientes que os escuta e os ajuda a refletir sobre suas vocações.

Amém!

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"Se não dermos ouvidos ao Senhor quando Ele nos chama, pode acontecer que não consigamos encontrá-lo quando o quisermos"
( Santa Tresinha do Menino Jesus)

Um comentário:

Carlos Pita disse...

Sou do Nordeste do Brasil e ano passado vi pregação de Azcona sobre amissão no Pará, não sou chamado a ser missionário pelo projeto da RCC mais gostaria de saber da possibilidade de ser um padre diocesano em marjó, meu Mail é fr.carlospita@hotmail.com,
Fratenalmente em Cristo e Francisco
Carlos Pita