sábado, 15 de março de 2008

25 - Santos dos nosso dias


"Quem poderá descrever as infinitas belezas e descobertas, os horizontes sem limites que contempla uma alma abandonada à aventura da vontade divina?"


(Chiara Lubich)

Sábado, 15 de Março de 2088. Por vezes eu tendo a crer que nós católicos vemos muito os santos do passado, de datas distantes e não percebemos bem os santos que nos cercam. Nada contra os grandes santos, dos quais eu sou um leitor de suas biografias e fã incondicional de muitos deles. Só para citar alguns, São Camilo de Léllis, São Paulo da Cruz, São João da Cruz, Santa Teresinha do menino Jesus, São Francisco de Assis, Santa Clara de Assis, Santo Antônio de Pádua, Santo Agostinho, Santo Inácio de Loiola, tantos mais. Todos bastante antigos e de fundamental importância na história da Igreja e da humanidade.

Mas quero falar da santidade de hoje, dos nossos santos contemporâneos, e não são poucos.

Acaba de falecer na Itália, Chiara Lubich, uma mulher INcomum, uma mulher muito simples, sábia, dócil, forte e sobretudo santa.

Como alguém pode ignorar sua palavras de vida?

Como alguém pode ignorar sua vida dedicada ao ecumenismo, ao diálogo interreligioso sem nunca deixar de ser uma católica convicta?

Não, ninguém pode ignorar quantas vidas foram salvas por causa de sua dedicação em acolher a tantos que estavam sem esperança por causa da guerra, por causa da destruição dos lares e das famílias.

Santa de nossos tempos. Se perdemos uma grande mulher na terra, ganhamos uma santa no céu, a interceder por nós em todas as nossas necessidades. Beatificação, canonização é uma questão de tempo, pode levar 5 anos, 50 anos, 500 anos anos, quem saberá me dizer? Não, eu não sei essa resposta, mas sei que já a temos como uma santa a contemplar a Face de Deus, e ela tem o merecimento disso pela vida que levou.

Ontem eu tive a noticia da morte de Chiara Lubich por um funcionário do Convento da Penha, ele me dizia que ela pediu para que a levassem para casa, pois não havia mais esperança de recuperação no hospital, então ela escolheu morrer em casa.

Isso me fez recordar João Paulo II, um dos maiores santos de nossa geração. Santo que nos fez ver a dignidade da vida e da morte, quando já não quis mais ir para o hospital pois sabia que era chegada sua hora e naquela tarde daquele sábado de Abril de 2005, entregou seu espírito nas mãos de Deus e uma multidão estava ao seu lado. O corpo cansado, que suportou tiros, insultos, viagens, transtornos, doenças, tristezas de ver o mundo revolto, de tanto rezar pelos pobres, excluídos, pela dignidade, pela justiça, pela paz e pela vida, foi se desligando dos problemas, das questões deste mundo e todos fomos acompanhando.


Outras lembranças que ocorrem de santos de nossos dias são de Madre Teresa de Calcutá, Irmão Roger da Comunidade Taizé e Irmã Dulce da Bahia. Tantos e tantos outros eu poderia citar, mas quis citar esses que morreram nos últimos tempos e são verdadeiros santos de nossa geração. Pessoas de carne e osso que vimos com nossos próprios olhos admiramos suas obras, suas pregações, seus atos, seus passos... Tantas vezes desejamos ser como eles e não sabíamos como, talvez porque os tenhamos visto como super-homens e super-mulheres, nada disso, são pessoas que dedicaram sua vidas a Deus e ao próximo e assim, deixando-se guiar pela ação do Espírito, chegaram a obras antes impensáveis, coisas que nunca projetariam em suas vidas, só mesmo Deus para fazer algo tão grandioso na vida desses nossos santos contemporâneos.

Não lhe causa animo?
Pois me anima sim, eu cada vez que vejo essas vidas tão próximas a nós só posso crer que é mesmo possível ser santo, é possível fazer coisas ainda maiores, coisas que não posso projetar, porque o espírito sopra onde quer e se eu me deixar guiar por sua ação não serei capaz de limitar sua ação.


Sejamos santos como nosso Pai do Céu é santo, isso é uma ordem de Jesus, que nosso santos contemporâneos seguiram a risca, sigamos nós também essa ordem.

"Ou o cristão faz reluzir o Cristo em cada ato de sua vida terrena, ou não é discípulo de Cristo"
(Chiara Lubich)

Um comentário:

Unknown disse...

São Gregório Nisseno nos ensina – a plena realização do homem consiste na santidade, em uma vida vivida no encontro com Deus, que assim se torna luminosa também para os outros, também para o mundo.

Forte abraço aos missionários. Deus os abençoe!

Helena