quarta-feira, 30 de julho de 2008

45 - Jesus Eucaristico em nossa casa



"Queres ter Deus do teu lado?
Simples: põe-te do lado de Deus" (Santo Agostinho)


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Quarta-feira, 30 de julho de 2008. Hoje é um dia muito especial para nossa casa de missão. Recebemos em nossa capela a presença permanente de Jesus Sacramentado com missa celebrada pelo nosso pároco Frei Ronaldo e benção solene do sacrá

rio.


Com a presença de Jesus Sacramentado em nosso meio, temos a certeza de que a unidade entre os membros da casa será maior e nossa oração muito mais forte. Não que tenhamos algum problema nesse sentido, mas é que sentíamos falta de poder fazer aqui um momento de adoração em comunidade ou mesmo cada um sozinho com Jesus e isso é possível agora.

Agradecemos

a todos aqueles que tornaram possível que isso acontecesse.

Para que nossa alegria fosse completa, logo em seguida à missa, recebemos a visita de nosso bispo, Dom José Luiz Azcona, que, de passagem para Melgaço, nos brindou com sua sempre agradável presença. Junto com ele, frei Paulo. Falou-nos um pouco sobre o congresso nacional da Renovação Carismática Católica, onde foi um dos pregadores. Também falou sobre a participação de Leandro, nosso coordenador, explicando sobre o Projeto Amazônia e sobre a partilha que teve com a equipe executiva do projeto.

Perguntou-nos sobre os projetos em andamento em Breves e quais as nossas expectativas, como sempre nos orientou e nos motivou a seguir em frente.

Pediu ao frei Ronaldo que nos oriente e acompanhe para que permaneça a unidade dos missionários com a paróquia, porém manifestou o desejo de que a casa de missão tenha uns padres missionários, que esteja à disposição do projeto, pois já é complicada a missão dos padres agostinianos aqui, somente três para atender a mais de 170 comunidades ribeirinhas além de atender as mais diversas comunidades da Paróquia de Sant’Ana.

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Por fim, Segue um relato das atividades passadas que estão postadas em série de fotos.

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Como já havia citado anteriormente, estávamos vivendo a festa da Padroeira, Sant’Ana. Foram 14 dias de festa, com missa e novena na igreja e um pequeno festejo popular na “barraca da Santa” anexa à igreja, com bingo e leilões patrocinados por comércio, bancos e instituições locais, inclusive nós doamos uma arte sacra produzida pela Virtes que foi leiloada arrematada no valor de R$ 50,00. Em um dos bingos a Elô ganhou um aparelho de DVD que nos será muito útil na casa, já que não tínhamos nenhum.

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Na sexta-feira, dia 25, Almoçamos na casa paroquial, com os freis e alguns convidados para celebrar o aniversário de Frei Manoel Santana, que nesse dia completava 46 anos.

À Noite, na barraca da Santa, tivemos o “Baile da Rainha da Festa”. Duas moças, uma da representando a cidade e outra representando o interior vendem votos durante um certo período, com a maior parte do dinheiro revertido para a Igreja e uma porcentagem ficando com elas. Nesse dia são apurados os votos e a vencedora recebe uma faixa e uma coroa da rainha do ano anterior, além de um arranjo de flores. A outra também recebe flores e é chamado de princesa da festa, o três desfilam pra um bom público que comprou mesas para o baile.

Nessa noite temos a apresentação de uma banda com o mais variado repertório, especialmente um forró. Também a apresentação de casais de bailarinos de uma academia local.

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O Sábado, dia 26, iniciou com uma alvorada musical coma Banda “Sol do Marajó”, que veio da cidade de Anajás para prestigiar o evento. Às 8 horas tivemos a Missa campal, celebrada pelo pároco Frei Ronaldo e concelebrada por Frei Manoel Santana, Frei Manoel Fernandes, Frei Paulo, Frei Zezinho e Frei Marlon. Uma autêntica missa marajoara com todos os cantos citando Marajó e seu povo sofrido. Estranhei o fato de nenhuma das musicas se referirem a Sant’Ana, já que em todos os dias anteriores era sempre exaltada a padroeira. A explicação que obtive é que na miss marajoara a exaltação é ao povo, numa linha bem “Teologia da Libertação”.


Logo após a missa solene dos festejos da padroeira, seguiu-se o “Almoço da Família Sant’Ana”, onde nós ajudamos no serviço. Venderam-se nesse dia cerca de 400 convites para o almoço, onde foram servidos Peru à Califórnia, Filé, Açaí acompanhado com Charque, peixe e lingüiça. Durante o almoço tivemos a presença de um ministério de música que cantou músicas católicas e também da MPB, além de um ministério das artes que apresentou uma peça teatral sobre a vida de São Joaquim e Sant’Ana.


À tarde, encerrando os festejos de Sant’Ana, tivemos uma procissão onde nos afirmam alguns que tem a presença de 30 mil pessoas, não confirmo esse número, pois não há uma estatística oficial, porém, posso afirmar que são milhares e milhares de pessoas que acompanham a procissão pelas ruas da cidade e também nas janelas da casas, onde seus moradores enfeitam com balões azuis e brancos e muitas famílias colocam faixas saudando a santa padroeira. Ao final da procissão deu-se a benção pelos freis presentes e encerrou-se a festa com um louvor conduzido por um ministério de música local.

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Domingo, dia 27, tivemos pela manhã a celebração da Missa na capela de São José Operário, presidida por Frei Manoel Fernandes que se despedia da comunidade com sua última missa em Breves, já que a tarde seguiria rumo a Belém e depois para a Espanha, onde assume a ONG Haren Alde. A comunidade de São José Operário, junto com os missionários e mais alguns amigos da paróquia preparou uma despedida festiva com bolo e refrigerantes.

À tarde ainda fizemos uma despedida para o frei manolo na casa de Ivanilda e Francisco, onde o frei contou-nos um pouco de sua história em Breves.


Às 18 horas, ele embarcou no navio Custódio rumo a Belém. Muitos jvoens da comunidade São Benedito, voluntários da ONG Haren Alde e da ONG Cruz do Sul estiveram presente no terminal hidroviário para se despedir. Um grande sentimento de perda estava nos olhos de cada um ali, por sentir que se distância por um longo período um amigo, um irmão, um pai para muitos nessa cidade.

Ainda no domingo à noite, fizemos uma visita e dirigimos o grupo de jovens da comunidade santa Mônica, MOJOSAM. Continuamos com o firme propósito de criar m vinculo com essas lideranças jovens e lhes dar a formação como nos pede Monsenhor José Luiz Azcona.


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"E a Ele , em dom perfeito,

Me dei, sem deixar coisa"

(São João da Cruz)

terça-feira, 29 de julho de 2008

44 - Carência Afetiva

"Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos."
(Salmo 8,3)
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Terça-feira, 29 de julho de 2008. Andando pelas ruas de Breves, especialmente de Cidade Nova, onde moramos, ou até mesmo participando de um Missa, é perceptível o porque de tanta carência afetiva nas crianças daqui sofrem de tamanha carência afetiva.
Elas perdem o colo muito cedo. As mães têm muitos filhos, cinco, seis, até oito filhos por mulher Mulheres relativamente novas que, pela necessidade de amamentar o menor, geralmente subnutrido, deixa de lado os demais, alguns que mal sabem andar e choram pela falta da mãe.
Fica bem compreensível que uma criança se torna “independente” muito cedo e até passa a ser responsável pelos irmãos menores.
É fácil ver uma criança de seis anos cuidando de dois ou três de seus irmãos menores.
Hoje sinto uma necessidade urgente de ter aqui pessoas que doem um pouco de seu tempo por essas crianças, é certo que as ONG’s Cruz do Sul e Haren Alde o fazem, mas ainda é pouco diante de tamanha necessidade.

Muito mais do que carência material ou alimentar, muito mais do que dinheiro, essas crianças precisam ser simplesmente crianças. De ter um colo, um afago, um abraço, um beijo. De poder brincar de roda, de pular corda, de ir ao pula-pula. De ganhar um pirulito ou um chopp (chup-chup em alguns lugares, suquinho ou sacolé em outros).
Creio que seja nossa responsabilidade criar alguns meios de que isso possa acontecer, não é difícil nem é caro, basta apenas ter sensibilidade e boa vontade.
Há jovens suficientes nessa cidade, especialmente nos grupos de jovens de nossa comunidade que podem ser formados para ajudar na recreação e no auxilio às crianças.

Fazendo isso atingiremos também as mães, com alfabetização, oficinas de cartão, horta comunitária ou qualquer outra atividade que viermos a realizar na comunidade São José Operário.
Àqueles que me conhecem sabem o quanto me toca ver uma criança nessas condições, da vontade de levar pr casa e de cuidar de cada uma de suas necessidades. Se não me é possível fazer isso agora, quero deixar algo de bom para eles, não para que eu ou projeto seja lembrado, mas para que elas tenham uma esperança no futuro.
Deus abençoe a todos que comungam comigo nessa intenção, façamos acontecer algo de realmente novo nesse lugar, a começar pelos mais pequeninos.
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"Responderá o Rei:
Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes."
(Mateus 25,40)

sábado, 26 de julho de 2008

43 - Pregação de Dom Azcona - missa do Congresso da RCC

"Não há missão se não houver pessoas que precisem"

26 de Julho de 2008

A missa de sexta-feira do Congresso Nacional foi celebrada pelo bispo prelaz da Ilha de Marajó (PA), dom José Luiz Azcona, que afirmou não haver Pentecostes se não houver missão nem perseguição. “Não há missão onde não há pessoas que precisem da salvação de Cristo. Pentecostes é uma graça missionária e que acontece no meio de perseguições”, diz.
Segundo dom Azcona o Evangelho deve ser pregado em meio à contradição do mundo. “É necessário que Deus nos coloque em certas dificuldades e passemos pelo martírio para nos tornarmos simples. Somos perseguidos, mas não desamparados”, ressalta. O bispo lembrou que, mesmo ameaçados e perseguidos, é preciso se alegrar em Cristo. “A perversidade da sociedade se opõe à pregação do Evangelho. O povo de Deus precisa despertar”, observa.
Dom Azcona recomendou ainda que se viva o Pentecostes em famíia, na profissão e na responsabilidade ética. “A Renovação Carismática Católica precisa se deixar conduzir pelo Espírito Santo e não ter medo da morte, pois Cristo deu a vida eterna”, diz.

Fonte: http://www.projetoamazonia.org
Autor: James Silva - MCS Congresso Nacional

quinta-feira, 24 de julho de 2008

42 - Nossa vida e missão nesse chão

Quinta-feira, 24 de julho de 2008.


Eu muito desejei escrever antes para o blog relatando os meus primeiros dias aqui em Breves, mas precisei responder tantas mensagens dos amigos que me solicitavam que fui adiando.

Dormi pouco na noite que antecedeu minha viagem, logo às 5 horas da Manhã chegaram André, Fernanda e Rogério que me acompanharam até ao aeroporto. Sai de Vitória às 6:20 da quarta-feira, 16 de julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, e no colo da Mãe Santíssima tive uma viagem tranqüila até Belém com uma parada no Galeão, Rio de Janeiro.

Cheguei a Belém 12:50 e me esperavam no aeroporto minha amada amiga Márcia e seu marido Benedito.

Almoçamos na casa da família, e mais uma vez tive o prazer de ser presenteado com pratos típicos dos paraenses. À tarde saímos eu e Márcia para comprar algumas coisas que a Virtes precisava para sua oficina de cartões, em seguida fomos à loja dela para buscar as Bíblias que adquirimos juntos na nossa campanha em Vitória e em Belém. Nessa primeira etapa conseguimos adquirir 70 Bíblias e juntando com outras 10 que eu trouxe na bagagem, cheguei em Breves cm 80 Bíblias.


Minha viagem para Breves foi no navio São Domingos, meu excesso de bagagem me fez optar pela viagem no camarote, não é bem uma “Brastemp”, mas, pelo menos, não precisaria ficar vigiando tanta bagagem. Para minha surpresa a viagem demorou um pouco menos que 11 horas, nada mal para quem viajou 14 horas na primeira vez que aqui esteve.

Elô e Virtes juntamente com nosso amado Frei Manolo foram me buscar no porto. Às 8 horas tivemos um café da manhã em nossa casa com os freis agostinianos Paulo, Manoel Santana, Ronaldo e Manoel Fernandes (Manolo).

À tarde recebemos benção de ter sido celebrada aqui em nossa casa a primeira missa na nossa capela, frei Paulo nos deu essa honra.

À noite tivemos o aniversário de ordenação sacerdotal de frei Ronaldo (4 anos), conosco estavam alguns membros do ministério de música “A Força da Oração”, além de pessoas da paróquia mais ligadas a ele.

Sexta-feira, em reunião com Elô e frei Manolo, comecei a conhecer um pouco mais a realidade do trabalho com a juventude da comunidade São Benedito, existe um trabalho com os “coroinhas”, crianças e adolescentes de 10 a 15 anos, onde fomos chamados a preparar uma formação para seus coordenadores. Visitamos esse grupo no sábado pela manhã.

Ainda em São Benedito realizamos um louvor com os jovens no domingo à noite, com suas lideranças também começaremos uma formação em breve, em conjunto com os lideres do grupo de Santa Mônica que só podemos encontrar na noite de ontem.

No domingo pela manhã tive minha primeira experiência com a comunidade São José, comunidade que somos responsáveis em iniciar e que pretende ser a futura paróquia de Nossa Senhora de Nazaré. Lá tivemos um grupo de Oração que foi conduzido pelo Digão e logo após eu presidi a celebração da palavra.

Em seguida, seguimos pra um sitio com frei Manolo e Manoel Santana no objetivo de encontrar com o pessoal da ONG Haren Alde (Em Favor de...) que estavam num retiro para formação de voluntários, conduzido por Elô e Virtes, lá tivemos a missa de encerramento com apresentação dos novos coordenadores leigos e também do responsável, Frei Manoel Santana que substituirá frei Manolo.

Acontece na paróquia à festa da Padroeira, Sant’Ana, tem a duração de 14 dias e termina n o próximo sábado, sendo assim,algumas atividades estão suspensas por conta da novena de Sant’Ana.

Temos a responsabilidade de trabalhar no almoço da Família de Sant’Ana no próximo sábado e tenho também a incumbência de ajudar a conduzir a procissão a partir das 17 horas, pra mim essa é realmente uma experiência nova.

Recebemos uma visita ilustre por um dia em nossa casa, sr. Totó, que é de nossa familia dede o primeiro REFORMI, em Brasilia. Porém, visita ilustre também trabalha, e logo ele ficou boa parte da tarde lixandro o tronco que servirá de base para o Sacrário de nossa capela.


Para terminar a partilha, comunico que estarei em viagem no interior com frei Ronaldo entre os dias 1 e 4 de agosto para um encontro com as diversas lideranças das comunidades ribeirinhas da região. E também que o próprio frei me convidou hoje para dar formação de liturgia para comentaristas e leitores da paróquia Sant’Ana, começaremos no final de agosto e o material por eles preparado é da melhor qualidade.

De momento é isso, continuo publicando aqui cada passo da nossa missão em Breves para que cada um dos que desejam fazer parte desse sonho de Deus compreenda como é a “vida e missão nesse chão”.

Deus abençoe a todos os que nos acompanham pelos blogs da missão e do projeto, assim como os que contribuem com sua preciosa intercessão.

Inquieta-te e busca!

Inquieta-te e busca!

(santo Agostinho)

terça-feira, 8 de julho de 2008

41 - Pedi ao senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe


Há muita gente que, por ter o exterior bem cuidado e o interior cheio de grandes sentimentos de Deus, se fica por aí...; contenta-se com as doces conversas que mantém com Deus na oração... Não nos enganemos: todo o nosso dever consiste em passar aos atos. E isso é de tal modo verdade que o apóstolo S. João nos declara que nada, além das nossas obras, nos acompanha para a outra vida (Ap 14,13). Tenhamos pois atenção a isto; tanto mais que, neste século, há muitos que parecem virtuosos e que, na verdade, o são, e que, no entanto, pendem mais para uma voz doce e mole do que para uma devoção laboriosa e sólida. A Igreja compara-se a uma grande ceifa que precisa de trabalhadores, mas de trabalhadores que trabalhem. Não há nada de mais conforme com o Evangelho do que, por um lado, amassar as luzes e as forças para a alma, na oração, na leitura e na solidão; e, depois, ir partilhar com os homens esse alimento espiritual. É fazer como Nosso Senhor fez, e, depois dEle, os apóstolos; é juntar a acção de Marta com a de Maria; é imitar a pomba que digere até meio a comida que apanhou e, depois, mete o resto no bico das crias para as alimentar. É assim que devemos fazer, é assim que devemos testemunhar a Deus, pelas nossas obras, o quanto O amamos. Todo o nosso dever consiste em passar aos atos.

S. Vicente de Paulo (1581-1660), fundador de comunidades religiosas
"Conversas Espirituais com os Missionários"