domingo, 30 de março de 2008

27 - Missões Populares, Missa de envio e Festa da Penha



"Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós." (João 20, 21)

Domingo, 30 de março de 2008. Dia do Senhor. Hoje se deu inicio na minha paróquia as Santas Missões Populares e seguem até o dia 19 de outubro. A missa das 8 horas na matriz foi uma missa de envio dos missionários. São cinco comunidades na Paróquia Sagrada família, além da Matriz temos Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, São Francisco de Assis, Santa Teresinha do menino Jesus e Santa Luzia. A pretensão é de que sejam visitadas pelo menos 80% das residências da Paróquia, entre católicos e não católicos, para isso foi dada formação nas comunidades e pretende-se ter um número próximo de 500 missionários atuantes. Ainda não foi atingido esse úmero pelo simples fato de uma grande parcela de nossos irmãos católicos não compreenderem que cada batizado é um missionário, que todos nós recebemos os sopro de Jesus e recebemos os dons do Espírito Santos e também, por esse mesmo Jesus, foram enviados a levar o Evangelho a todas as partes.

Aproveitando todo espírito missionário da celebração, solicitei ao nosso pároco Padre José Aledi uma missa de envio na paróquia para mim, tendo em vista minha partida para marajó já se aproximar rapidamente, ficou combinado que após a entrevista com nosso Arcebispo Dom Luiz, escolheremos uma das missas da Paróquia para que se dê o envio. Desde já conto com a presença e as orações dos amigos.

Já nessa semana pretendemos ter nossa entrevista com Dom Luiz, não sei bem como faremos, espero que já tenhamos em mãos a carta do Projeto Amazônia ao Senhor Arcebispo, para que os caminhos sejam um pouco mais simplificados dos que foram para Virtes na diocese de Foz do Iguaçu.

Também essa semana, estarei encaminhando uma pequena correspondência a todos os meus amigos e aqueles que sabem da minha missão, tendo em vista arrecadar fundos para a missão, creio que com a ajuda de muitos com pequenos valores podemos dar um passo na garantida da manutenção do projeto, sem que sejamos peso para nosso irmãos.

Por fim, o mais importante da semana. Amanhã é dia de Nossa senhora da Penha, gostaria de que todos soubessem da importância de nossa padroeira em minha vida. No Convento da Penha, mais precisamente no dia 17 de Janeiro de 1967, dia de Santo Antão, ou Santo Antônio do Deserto, eu fui batizado e consagrado a Nossa Senhora. Muitas graças já recebi da Mãe de Jesus e Nossa, ela nunca me abandonou mesmo nos momentos que eu estive distante dela e de Jesus, sempre cuidou de minhas necessidades, e nessa missão em Marajó segue a minha frente para arrumar a casa para aqueles que darão continuidade na missão. Não tenho dúvidas das vezes que ela me escolheu para mostrar as pessoas a necessidade de renovar a sua devoção para com ela e de retornar a Eucaristia. Escolheu-me não pela minha capacidade de realizar a obra, mas pelo fato de me colocar a sua disposição como um filho seu consagrado. Sigo na missão, com minhas ansiedades e medos, porém na segurança de que ela está comigo e me mostra os caminhos de Seu Amado Filho Jesus Cristo.

Eu quero ser um missionário do Senhor, eu sou pequeno, junto a Ti serei maior. Eu quero ser um instrumento de amor. Quero lutar pro nosso mundo ser melhor.
(da música "Meu Cristo Amigo")


"A missão é feita dos pés de quem vai, dos joelhos de quem intercede e das mãos de quem contribui"

sexta-feira, 28 de março de 2008

26 - Semana Santa em Três Pontas, MG










Quarta-feira, 19 de Março de 2008, saindo de Vitória rumo a Três Pontas.

"A Cruz de Jesus ilumina o mistério da enfermidade e a dor de todos os seres humanos" (Padre Fancrisco Alvarez)

Próximo das 22 horas, deixo meu grupo de Cenáculo e chego no aeroporto Eurico Salles para aguardar meu vôo para Belo Horizonte e no saguão encontro meus afilhados de casamento, Cláudio e Luciene, tinham o mesmo destino, a capital mineira, mas num vôo da GOL enquanto eu viajaria pela TAM. Deu pelo menos para matar a saudades dos meus queridos amigos.

Sai de Vitória com destino a Três Pontas, MG, foi uma viagem tranqüila, porém tive minhas habituais tribulações para conseguir a passagem de ônibus de Belo Horizonte para Três Pontas.
o havia mais ônibus para a região a não ser por volta das 15 Horas da quinta-feira, e minha expectativa era pegar o primeiro ônibus da única viação que faz a linha na região, (Gardênia), e nada feito, todas as passagens vendidas para qualquer horário da manhã.

Conversando com Maria Helena, uma senhora simpática, funcionária da empresa, ela me deu uma esperança. Eles venderam 40 passagens porque os ônibus que a empresa manda são de 40 lugares, mas poderíamos ter a esperança de receber o ônibus de 44 0u 46 lugares, assim eu teria a preferência, logo em seguida, Kátia, uma Policial Militar de Betim que estava na mesma situação e desejava viajar para Lavras.


Quinta-feira, 20 de Março de 2008. Tentando seguir viagem.
"Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós." (João 13, 15)

Tivemos que aguardar até as 6h15min, horário que o ônibus chegaria à rodoviária, um funcionário nos deu a boa notíciapude viajar até Santana da Vargem, cidade vizinha a Três Pontas. Chegando a Santa da Vargem, peguei um outro ônibus até Três Pontas e lá fui recebido por Francisco, também chamado de DUDU, amigo de Digão e fui até a casa dele onde almocei e esperei que os outros missionários voltassem da missa dos Santos Óleos que foi realizada na Catedral de Campanha, missa na qual também se deu o envio de nosso irmão de que veio o ônibus de 46 lugares, assim Digão.

Família bonita a do Francisco, seus pais, sua avó, sua irmã, e irmão, todos engajados na comunidade, inclusive seu irmão está no processo de discernimento vocacional.
Bonito também ver que seus pais cumpriram uma promessa de adotar uma criança quando seus filhos estivessem criados, e há José Augusto, um moreninho lindo e sorridente completou um aninho de vida no último dia 15 de março.

Após um tempo nessa abençoada casa fui ao encontro dos demais missionários, num restaurante onde eles foram almoçar, ali conheci a mãe da Elô, Marlei, que participou ativamente de nosso encontro, e isso foi muito bom, ter uma representação da família dos missionários perto de nós foi uma coisa bem agradável e sugiro que nas próximas turmas tenhamos a possibilidade de um contato maior entre as famílias.

A única atividade que participei na quinta-feira foi à celebração do lava-pés, e na verdade participei ativamente, já que ao chegar na igreja um rapaz me chamou para representar um dos doze apóstolos, foi uma bela experiência, nunca havia estado nessa posição, pois todas as vezes que participei de um lava-pés foram nos nossos encontros do JUNA onde eu lavei os pés de muitos dos participantes do encontro.

A celebração foi lindíssima, o Padre Roberto é um abençoado na pregação e na condução da missa e a comunidade é muito ativa e faz com que a celebração fique rica em detalhes, por exemplo, a belíssima dança realizada por um grupo de meninas durante o ofertório e ao final a presença da religiosidade popular na distribuição do pão abençoado, todos querem um pedaço do pão.

Deixamos a celebração e fomos à casa do Digão, e lá conhecemos sua mãe, dona Eloísa e sua maravilhosa pizza. Esses momentos de família foram bem especiais, assim como conhecer a mãe da Elô foi ótimo para nós, os pais do Digão e seus amigos nos proporcionaram momentos de grande alegria.



Sexta-Feira, 21 de Março de 2008. As riquezas da religiosidade popular.

"Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho." (João, 19, 26)

Hospedados no Centro pastoral, logo na manhã de sexta-feira nos reunimos para rezar o terço junto a uma gruta de Nossa Senhora de Lourdes que tem por lá, Digão dormiu em casa, então rezamos juntos, eu, Elo, Virtes e Marlei.

Para não voltar a falar todas às vezes sobre a maravilhosa refeição que nos foi servida na casa paroquial, digo uma vez, chega a ser constrangedor a acolhida que tivemos, não tenho como descrever toda a simpatia e doação que tivemos da parte dos padres e das funcionárias, todos nos deixaram muito à vontade, sem bajulações, mas numa servidão absoluta que nos ensina o dom de servir com alegria.

Saimos para conhecer o Carmelo de São José, na esperança de conversar com as irmãs carmelitas, porém elas estavam em fase final de seu retiro e deixamos esse encontro para o domingo de Páscoa.

Em seguida recebi uma visita ilustre, minha amiga Michele, da cidade de Campestre viajou 150 Km para me visitar, nem sou digno de um esforço desses, mas adorei a visita, por se tratar de uma pessoa que partilha comigo já há 8 anos e sabemos quanto é difícil estar tão próximos, Ela participou da celebração das 15 horas conosco e depois voltou para Campestre.

Diversas são as cele
brações da sexta-feira santa em três pontas, enquanto aqui na minha cidade só se celebra a Paixão e morte de Jesus às 15 horas, lá é bem diferente, a começar pela manhã com a via-sacra, seguida da confissão comunitária logo pela manhã, a tarde vem a Celebração da Paixão e Morte de Jesus, com o tradicional beijo na cruz e por fim à noite uma belíssima celebração em na praça pública, antes da celebração rezamos o terço da misericórdia, como diz a Elô, foi a nossa primeira missão juntos, Participamos da celebração da Descida da Cruz, onde Padre Alberto (ou Padre RED) fez uma leitura de sua homilia por quase uma hora, tudo lindo, mas minha gripe adquirida na viagem me causava muitas dores pelo corpo. Porém na celebração teve um momento impagável que deixo aqui registrado no mais puro sarcasmo filosofal de Perca o amigo, mas não perca a piada, quando o Padre RED convida os fiéis a cantarem uma música que todos sabem e começa: Quanto esperado esse momento, Quanto esperado que estivesses assim...”, Meu Deus, quanto esperei que alguém o socorresse para não rolar de rir ali mesmo na celebração, e um santo músico entrou, acertou o tom da musica e seguiu em frente com a canção na versão que todos conhecem. seguida de uma procissão do Senhor Morto pelas ruas da cidade. Não posso deixar de mencionar a grande participação popular nessa celebração e o grande respeito até dos não católicos pelo evento.

Sábado, 22 de Março de 2008, Somos uma família.

Todos vós, que estais sedentos, vinde à nascente das águas; vinde comer, vós que não tendes alimento. Vinde comprar trigo sem dinheiro, vinho e leite sem pagar!
Por que despender vosso dinheiro naquilo que não alimenta, e o produto de vosso trabalho naquilo que não sacia? Se me ouvis, comereis excelentes manjares, uma suculenta comida fará vossas delícias. (Isaias 55,1-2)


O Sábado foi destinado a nossa reunião de equipe. A Marlei, mãe da Elô foi fazer turismo em Tiradentes com os seminaristas e o Padre Josenildo. Ficamos no Centro pastoral, rezamos juntos pela manhã na capela do Santíssimo, diante de Jesus partilhamos nosso tudo, cada um falou de si naquilo que era necessário e o que o Senhor nos pedia. Falamos de nossos anseios e dúvidas, nossas alegrias e tristezas, nossos sonhos e realizações. Falamos de família, de amigos, de trabalho, de passado e de futuro. Falamos realmente de tudo, sem preocupação com horários, como diz a Virtes, as máscaras vão caindo aos poucos e nós vamos nos revelando como realmente somos e vivemos.

Em seguida rezamos uns pelos outros, pedimos o batismo no Espírito Santo e muitas palavras nos foram dadas, conforme a necessidade de cada um e conforme nos sopra o Espírito de Deus.
Nossa Senhora é uma grande presença em nosso meio, já na semana anterior uma mensagem dela nos foi lida no Cenáculo de nosso grupo no meu bairro e eu partilhei com os três, onde ela nos dizia que “somos pequenos para os outros e grandes para ela, que Jesus nos permite permanecermos com nossas falhas e que temos a necessidade de buscar melhorar a cada dia para realizarmos a obra de Deus onde ela nos indicar”.

Outra partilha que achei interessante foi uma palavra que a Virtes nos trouxe e que está na Segunda carta de São Paulo aos Corintios:

“Recomeçamos a fazer o nosso próprio elogio? Temos, acaso, como alguns, necessidade de vos apresentar ou receber de vós carta de recomendação?
Vós mesmos sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações.
Tal é a convicção que temos em Deus por Cristo. Não que sejamos capazes por nós mesmos de ter algum pensamento, como de nós mesmos. Nossa capacidade vem de Deus. Ele é que nos fez aptos para ser ministros da Nova Aliança, não a da letra, e sim a do Espírito. Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica.”(II Cor 3, 1-6).

Creio firmemente nessas coisas, e que tudo que o Senhor quis falar para os quatro Ele falou através de Sua Palavra e de Sua Revelação, conforme a necessidade de cada um de nós.

Fomos almoçar na casa paroquial, na volta atendemos um pedido da Elô que queria brincar nos balanços da praça. Não é que no final da missa do sábado o padre Liu falaria "deixem que as crianças brinquem, que os jovens sonhem..."

Seguimos para nosso alojamento e partilhamos ainda mais, uma pequena pauta foi feita por nossa secretária geral, Elo, e rapidamente consumimos com ela, falamos sobre tudo, assistimos um deo sobre a missão de religiosas brasileiras no Timor Leste e passamos o resto da tarde conversando fiado, como isso também é bom, conhecemos um pouco da intimidade de cada um, creio que começamos ali a ser uma família, só faltam os desentendimentos para sermos uma família comum, espero que isso não aconteça, mas até para isso nos preparamos bem.

À noite fomos para a celebração da Vigília Pascal, antes, porém subimos à torre da Igreja vimos a e no caminho chegamos a uma sala antes do local onde fica o coral, e lá nossas irmãzinhas de missão foram convocadas para emprestar sua arte na maquiagem para as meninas da dança. Não me decepcionaram, fizeram um lindo trabalho pintando um cântaro derramando água no rosto das meninas, elas que mais tarde viriam abrilhantar a celebração levando a água para a benção do batismo de um menino.

Padre Aloísio, o Padre Liu, presidiu a celebração que começou fora da Igreja conforme a tradição com a benção do fogo, a colocação dos cravos no Círio Pascal e o acendimento do Círio que representa a ressurreição. Celebração linda, com um coral de muitas vozes, um povo presente e atuante na celebração, somente me fazia mal o incenso que a todo momento vinha até mim e, por causa da minha gripe, me fazia muito mal. Sabendo que valia todo o sacrifício de ficar ali naquela que é a mais bela celebração da Igreja católica no ano, segundo o meu entendimento.

Como não poderia deixar de ter o meu momento filosofal de perca o amigo, mas não perca a piada, tomamos posse da palavra lida na missa, do livro do profeta Isaías, capítulo 55, e fizemos a profecia se realizar na padaria próxima à igreja no domingo pela manhã, que maravilha é saber que a palavra de Deus nos manda gastar o dinheiro com pão, isso me tranqüiliza muito.

Domingo, 23 de Março Está chegando a hora de ir.
"Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro." (João, 20, 3)

Domingo pela manhã, começam as nossas despedidas, já começa a ficar um pouquinho da saudade do lugar. Mas ainda havia muito a se fazer.

Nosso café da manhã foi na Padaria, não fomos à casa paroquial, e lá comemos muito e a Virtes finalmente pode comer seu doce, acabou a penitência dela. Seguimos para o Carmelo de São José, onde participamos da missa dominical num clima maravilhoso junto às irmãs carmelitas, que nos acolheram de uma forma muito carinhosa e agora também são nossas intercessoras.
Tivemos um tempo ainda para conhecer a Matriz de Nossa Senhora Aparecida, paróquia vizinha, também em Três Pontas, porém não entramos, pois havia missa no local naquele momento.

Seguimos para a casa paroquial para almoçar, seria nosso momento de despedida, e mais uma vez fomos agraciados com aquela refeição maravilhosa e sobremesa esplendorosa preparada com carinho pelas funcionarias da casa. Chega a ser pecado de Gula o tanto que comemos naquele domingo. Por fim sentamos na sala “Padre Victor” e ali permanecemos por um tempo, tiramos fotos com Padre Geraldo que havia feito uma entrevista conosco naquela mesma sala na quinta-feira.

Momento de ir embora, voltamos para o Centro pastoral para arrumar nossas coisas, então ficou decido que as meninas paranaenses iriam de carona com o Padre Josenildo e os seminaristas até Curitiba e lá o pai da Elô estaria esperando por elas e as levaria para Ponta Grossa.

Pra variar, me veio o problema, voltar para Belo Horizonte, coisa difícil de se fazer, não havia mais ônibus, a uca empresa que serve a região não colocou ônibus extras. Então como seguir viagem? Voltamos à casa paroquial e o meu querido Padre RED nos deu a solução, um grupo de agostinianos em missão na região passaria ali para buscar dois de seus seminaristas que serviram em Três Pontas, e com eles eu segui até uma cidade que tem a parada da Gontijo. Afirmo para vocês que foi mais uma providência divina, pois além de conhecer outras belas cidades da região do sul de Minas Gerais, tive a graça de conhecer esses freis e partilhar um pouco com eles no caminho. Por fim, de volta para Belo Horizonte em um ônibus quase vazio, providência divina que me permitiu dormir a noite inteira, chegar de madrugada e pegar um ônibus para o aeroporto de Confins onde meu vôo sairia às 6H50min, isso me permitiu trabalhar tranqüilamente na segunda-feira.

Mus mais sinceros agradecimentos, aos padres Liu, pároco de Nossa Senhora D’Ajuda, Padre Roberto, Padre Geraldo, Padre Alberto (RED), Padre Josenildo. A todos os seminaristas, as funcionárias da casa paroquial, a Sol, funcionária do centro pastoral, As irmãs carmelitas do Carmelo de São José, aos familiares do Digão e seus amigos que tão bem nos acolheram. Enfim, a toda a comunidade católica de Três Pontas que nos proporcionaram a melhor semana santa de nossas vidas.

Que Deus ilumine a todos e que Maria Santíssima os cubra com seu manto sagrado e protetor de mãe.




sábado, 15 de março de 2008

25 - Santos dos nosso dias


"Quem poderá descrever as infinitas belezas e descobertas, os horizontes sem limites que contempla uma alma abandonada à aventura da vontade divina?"


(Chiara Lubich)

Sábado, 15 de Março de 2088. Por vezes eu tendo a crer que nós católicos vemos muito os santos do passado, de datas distantes e não percebemos bem os santos que nos cercam. Nada contra os grandes santos, dos quais eu sou um leitor de suas biografias e fã incondicional de muitos deles. Só para citar alguns, São Camilo de Léllis, São Paulo da Cruz, São João da Cruz, Santa Teresinha do menino Jesus, São Francisco de Assis, Santa Clara de Assis, Santo Antônio de Pádua, Santo Agostinho, Santo Inácio de Loiola, tantos mais. Todos bastante antigos e de fundamental importância na história da Igreja e da humanidade.

Mas quero falar da santidade de hoje, dos nossos santos contemporâneos, e não são poucos.

Acaba de falecer na Itália, Chiara Lubich, uma mulher INcomum, uma mulher muito simples, sábia, dócil, forte e sobretudo santa.

Como alguém pode ignorar sua palavras de vida?

Como alguém pode ignorar sua vida dedicada ao ecumenismo, ao diálogo interreligioso sem nunca deixar de ser uma católica convicta?

Não, ninguém pode ignorar quantas vidas foram salvas por causa de sua dedicação em acolher a tantos que estavam sem esperança por causa da guerra, por causa da destruição dos lares e das famílias.

Santa de nossos tempos. Se perdemos uma grande mulher na terra, ganhamos uma santa no céu, a interceder por nós em todas as nossas necessidades. Beatificação, canonização é uma questão de tempo, pode levar 5 anos, 50 anos, 500 anos anos, quem saberá me dizer? Não, eu não sei essa resposta, mas sei que já a temos como uma santa a contemplar a Face de Deus, e ela tem o merecimento disso pela vida que levou.

Ontem eu tive a noticia da morte de Chiara Lubich por um funcionário do Convento da Penha, ele me dizia que ela pediu para que a levassem para casa, pois não havia mais esperança de recuperação no hospital, então ela escolheu morrer em casa.

Isso me fez recordar João Paulo II, um dos maiores santos de nossa geração. Santo que nos fez ver a dignidade da vida e da morte, quando já não quis mais ir para o hospital pois sabia que era chegada sua hora e naquela tarde daquele sábado de Abril de 2005, entregou seu espírito nas mãos de Deus e uma multidão estava ao seu lado. O corpo cansado, que suportou tiros, insultos, viagens, transtornos, doenças, tristezas de ver o mundo revolto, de tanto rezar pelos pobres, excluídos, pela dignidade, pela justiça, pela paz e pela vida, foi se desligando dos problemas, das questões deste mundo e todos fomos acompanhando.


Outras lembranças que ocorrem de santos de nossos dias são de Madre Teresa de Calcutá, Irmão Roger da Comunidade Taizé e Irmã Dulce da Bahia. Tantos e tantos outros eu poderia citar, mas quis citar esses que morreram nos últimos tempos e são verdadeiros santos de nossa geração. Pessoas de carne e osso que vimos com nossos próprios olhos admiramos suas obras, suas pregações, seus atos, seus passos... Tantas vezes desejamos ser como eles e não sabíamos como, talvez porque os tenhamos visto como super-homens e super-mulheres, nada disso, são pessoas que dedicaram sua vidas a Deus e ao próximo e assim, deixando-se guiar pela ação do Espírito, chegaram a obras antes impensáveis, coisas que nunca projetariam em suas vidas, só mesmo Deus para fazer algo tão grandioso na vida desses nossos santos contemporâneos.

Não lhe causa animo?
Pois me anima sim, eu cada vez que vejo essas vidas tão próximas a nós só posso crer que é mesmo possível ser santo, é possível fazer coisas ainda maiores, coisas que não posso projetar, porque o espírito sopra onde quer e se eu me deixar guiar por sua ação não serei capaz de limitar sua ação.


Sejamos santos como nosso Pai do Céu é santo, isso é uma ordem de Jesus, que nosso santos contemporâneos seguiram a risca, sigamos nós também essa ordem.

"Ou o cristão faz reluzir o Cristo em cada ato de sua vida terrena, ou não é discípulo de Cristo"
(Chiara Lubich)

domingo, 9 de março de 2008

24 - Deixemos cair nossas amarras

"Quando uma alma aprende a cumprir a vontade divina, torna-se senhora do coração do próprio Deus, porque o Senhor não sabe dizer não àqueles que Lhe dizem sim"
(Jacinta Marto, Vidente de Fátima)

Domingo, 09 de março de 2008. Dia do senhor. 5º domingo da quaresma. Sinceramente, tento lembrar-me das últimas quaresmas, acho que nenhuma elas foi tão difícil. A sucessão de aborrecimentos tem sido algo para perturbar mesmo. Mas deixarei isso pra lá para não ser visto como murmuração. Apenas digo que tive que reinstalar windows no meu computador, por isso não me foi possível postar durante a semana.
Alguns detalhes importantes que ocorreram foram os seguintes:
Na quarta-feira, 05 de março, tivemos nosso cenáculo do grupo, como sempre muito especial porque Nossa Senhora vai confirmando as coisas do modo carinhoso como só a mãe sabe fazer. Muito interessante como Rodrigo na sua partilha foi falando tantas coisas para Priscila, coisas que já tínhamos conversado e sobre relacionamento familiar, sobre como trabalhar a aceitação das perdas. Parecia que eu e Rodrigo tínhamos combinado o que ele falaria, mas não, era a ação de Nossa Senhora confirmando as necessidades de sua filha amada. Também tivemos a possibilidade de partilhar sobre nosso cenáculo da semana anterior na clínica de fisioterapia de Felipe e Tiago, principalmente Bia e Rosângela comentaram seus sentimentos, e Bia falou de como Nossa Senhora abriu as portas para os dois e até já possibilita com que ela atenta como psicologa lá na clinica deles também. Realmente a mãe cuida de tudo com perfeição, a cada dia tenho mais provas disso. Por fim, dois momentos para fechar esse cenáculo foram proporcionados por Ana Míriam e Rodrigo, Ana Míriam partilhando seu agradecimento à Nossa Senhora pela recuperação de suas complicadas cirurgias e distribuindo medalhas de Nossa Senhora, modo encontrado para pagar uma promessa feita por sua mãe, que alias se juntou a nós no cenáculo. Por fim, Rodrigo, comemoramos seu aniversário, esse rapaz é muito especial para Nossa Senhora, sua dedicação, seu carinho e disposição, até suas dores pela perda da mãe e seus conflitos familiares causados por essa perda, sempre estiveram presentes em nosso meio, poius ele é aquele que nos chama de "Família Cenáculo", não existe outra pessoa ali que tenha um tratamento tão especial por esse grupo como o Rodrigo. parabéns, meu irmão, eu amo muito você, assim como também Nossa senhora o ama.
Sábado, 08 de março
, iniciei minha turma de Crisma 2008, esse ano tenho Miguel Ângelo me ajudando, ainda bem, já que em breve terei que deixar a turma e seguir para marajó, mas não quis deixar de trabalhar na paróquia até o último dia q
ue me seja possível. Como no ano anterior a comunidade Nossa Senhor Medianeira de Todas as Graças não apresentou nenhum crismando para a paróquia, devido a falta de catequistas, minha coordenadora Isabel me pediu para subir até lá, e eu o fiz com prazer, é um desafio novo e saudável, trabalhar na comunidade mais complicada da paróquia Sagrada Família. As complicações de lá são principalmente por alguns vícios que todos de igreja conhecem, o de muitos não se sentirem a vontade para servir por causa das diferenças com as lideranças da comunidade. Precisa de um chato como eu para algumas lideranças não se sintam tão donas de todos os espaços de uma comunidade, não sei se isso é bom ou ruim, mas eu os incomodo bastante e preferem não causar problemas nos meus trabalhos.
Domingo, 09 de março
, fui pregar na comunidade Santa Luzia, estava com saudades de lá, mas foi providencial porque como a implantação do trabalho de Missões Populares
na paróquia, alguém precisava fazer o grande convite para uma maior participação do povo. Como sempre é providencial essas coisas na minha vida, o evangelho do dia tratava da ressurreição de Lázaro, mas especialmente todas as partes da liturgia do dia falava e desatar as amarras. Portanto foi fácil levar a meditação para esse lado, e para minha felicidade, muitos se sentiram tocados a participar das Missões Populares na comunidade, mais uma vez percebo quanto o testemunho pessoal vale muito mais que grandes discursos. Como desejo ver minha paróquia como uma comunidade de missionários, aliás, como desejo ver minha igreja como uma igreja missionária.

"Jesus exclamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: Desligai-o e deixai-o ir."
(João 11, 44-45)

domingo, 2 de março de 2008

23 - Desperta tu que dormes

>>>O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma<<<
(Salmo 22)

Domingo, 02 de Março o de 2008, dia do Senhor. Não imaginei que seria difícil escrever o Blog, mas está complicado mesmo, o dia está mais curto? Parece. Mas segue a vida.
Vou fazer um pequeno resumo da semana e seu fatos importantes relacionados a minha vida na Igreja e na espiritualidade católica. Ja que nas demais coisas foram aborrecimentos, com carro (meu instrumento de trabalho), computador que deu problema e outras coisinhas que me torturaram a paciência, mas que tudo seja para a Glória de Deus e meu crescimento na paciência e na perseverança.


Quarta-feira, como sempre, foi um dia especial, pois era dia de se reunir nosso grupo de cenáculo, e nessa quarta-feira tínhamos as presenças de Priscila, Larissa e Mika, que retornavam depois de uma ausência longa, Ana Mirian e Alina que se juntam ao nosso grupo pela primeira vez. O cenáculo foi muito bom, e não poderia ser diferente, pois como sempre, conduzido pelas mãos da Mãe Imaculada, nos guia para a consagração perfeita ao seu coracão imaculado.
Dia de grande lembrança do sr Wolmar, que ja citei em texto anterior quando do seu falecimento, nessa quarta-feira celebramos o seu sétimo dia de entrada na eternidade, todas as palavras foram de carinho e reconhecimento de sua grande devoção a Maria Santíssima.
Ao final do cenáculo, o grupo fez uma pequena surpresa a mim e a Valeria, que fizemos aniversário durante a semana.

Na quinta-feira reunimos nosso grupo de catequistas da pastoral do crisma da Paróquia Sagrada Familia e fizemos uma pequena avaliação do nosso aprofundamento do domingo anterior e preparamos nossa primeira reunião de crisma de 2008, que para alguns ja se inicia nessa segunda-feira, para mim, no próximo sábado.

Sexta-feira pude passar a tarde com uma amada amiga que precisava partilhar, subimos ao Convento da Penha e juntos participamos da missa das 15 horas e conversamos por algumas horas, foi maravilhoso estar com alguem que abre o coracão e tem a face transfigurada durante a missa com um semblante muito mais tranqüilo, nos faz agradecer a Deus e dizer que vale a pena amar aqueles que estão na duvida e os que choram, vale a pena ser as mãos de Deus que os consola nesse momento de angustia.

Sábado foi também especial, primeiro sábado do mes nos reunimos na Paróquia São Francisco de Assis em Itapuã, Vila Velha para fazer o cenáculo do Movimento Sacerdotal Mariano, antes temos a missa com nosso querido Padre Hiller, que mais uma vez acolhe com carinho nosso movimento. Logo em seguida fui ao centro de Vila Velha encontrar com os amigos do meu grupo de cenáculo da quarta-feira, pois tínhamos combinado de realizar um cenáculo para consagrar a Clinica de Fisioterapia do felipe (Irmão da Bia) e de seu sócio Tiago, foi um momento muito especial, pois fizemos a celebração da palavra e o cenáculo e nas ofertas do terco cada um ofereceu algo pelos meninos, uma material de trabalho, as chaves da clinica, um material do consultório e cada um fez uma oferta, foi um momento revelador dos desejos mais íntimos dos parentes e amigos que intercedem e torcem pelo sucesso dois dois. Durante a mensagem, Nossa Senhora foi extremamente carinhosa, pois falava das mãos utilizadas para curar almas, isso nos possibilitou a fazer o parâmetro da cura do físico e da alma, do ser o profissional, porem nunca deixar de ser humano e acolhedor, e todas as palavras colocadas ali foram de incentivo e orientação para Felipe e Tiago. Passei a tarde com a Bia e foi importante, pois raro são nossos momentos de poder conversar, ela se dispôs a me ajudar durante minha permanência em Marajo, especialmente em revelação a minha mãe e ao meu trabalho. Tenho plena confiança nela e sei que vai me tranqüilizar saber que esta comigo neste momento de minha ausência de casa.

Domingo fui a missa no santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, e mais uma vez o padre Luchi me encanta com sua sabedoria. Tenho que arranjar uma forma de me manter em contato com ele durante minha estadia em Marajo, sei que ele seria meu grande conselheiro, pois sao poucas as pessoas de tamanha sabedoria que eu conhece e de humildade tampem. Como e bom ouvi-lo a cada missa dominical, meus ouvidos, meus olhos, minha mente e meu coracao se abrem a cada pregação desse homem de Deus.



#Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecera#
(Ef 5,14)