terça-feira, 25 de novembro de 2008

66 - Novembro, que assim seja









Terça-feira, 25 de Novembro de 2008.

Novembro tem sido um mês providente para a nossa missão, planejamos fazer uma maloca na comunidade São José Operário para melhor celebrar com a comunidade que a cada dia cresce em numero de participantes e não tinha mais condições de juntar tantas pessoas em espaços tão limitados como daqueles barracos de madeira que ali estavam. Já surgia ali um problema de segurança e comodidade para os membros da comunidade.

Nesse intervalo de tempo ocorreram algumas mudanças da missão em relação a comunidade como a transferência das oficinas de cartões e de alfabetização para Cidade Nova II, tendo em vista que o centro de pastoral Santa Madalena de Nagazaki ficava distante para a maioria dos comunitários.

Com novembro também chegava o Círio de Nossa Senhora de Nazaré aqui em Breves e a participação de São José Operário nas novenas e no Círio das crianças era fato consumado. A comunidade se reunia naquele pequeno barraco a noite para rezar o terço, brotando dali o desejo de manter essa atividade, que agora realizamos todas as terças feiras às 19 horas, nossa primeira oração de terço aconteceu no ultimo dia 18 de novembro e teve a participação de mais de 50 pessoas, nos causando grande alegria ver o desejo dessas pessoas caminharem com Nossa Senhora na formação dessa comunidade.

No domingo,16, que antecedeu a esse evento havíamos inaugurado a nossa maloca com uma missa celebrada por Frei Manuel Santana que conseguiu contagiar a todos com seu entusiasmo. Sendo assim, finalizamos o nosso mês dando inicio a construção da nova capela de São José Operário, que será simples, de madeira, porém feita com muito carinho com a participação de todos. Durante a remoção dos barracos e a limpeza do terreno foi muito bom ver a participação de mais de 20 pessoas ajudando, sem contar nas diversas crianças que ali ajudavam a carregar algumas madeiras ou recolher o mato arrancado.

Em dois ou três meses estaremos aqui festejando a inauguração da Capela de São José Operário, algo impensável em tão pouco tempo de missão.

Creio que Deus providenciou a vinda de Frei Manuel Santana para essa Paróquia de Sant’Ana a fim de dar um novo impulso missionário naqueles que estavam mornos ou frios.

Saindo um pouco de São José, viajamos para os ribeirinhos nesse ultimo final de semana, saímos na sexta-feira, 21, rumo à comunidade de Cristo Rei, no Rio Aranaí, cerca de 15 horas de viagem no barco Capitão Willian. Seguiram conosco Silvana e Junior, da comunidade Santa Rita para nos ajudar com a música.
O barco era desconfortável, pequeno e fomos na parte debaixo próximo ao motor e também a carga transportada. Saímos pouco depois das 13 horas da sexta e chegamos na madrugada do sábado, por volta das 3 horas, lá nos aguardava um dos comunitários para nos acomodar na barraca da comunidade.

Foi um sábado tranqüilo, pudemos dormir bastante e pela tarde fomos passear até as casas de alguns dos comunitários às margens do Aranaí. Passeamos pelas matas, igarapés e principalmente fizemos contato com pessoas muito especiais que nos acolheram de forma muito carinhosa. É algo diferente esse contato, eles esperam por esses momentos e nós somos sempre surpreendidos por sua gentileza.

À noite fizemos um LOUVOR na barraca, não tinha muita gente, porém foram momentos fortes. Virtes fez um momento de louvor, eu fiz a pregação, enfocando o tema família como me haviam solicitando e a Elo conduziu o momento final de perdão entre as pessoas, especialmente entre os familiares.

Domingo, dia 23, dia de Cristo Rei. Para isso estávamos ali e realizamos uma celebração com os comunitários de Cristo Rei e representante de outras seis comunidades vizinhas. Pessoas que se deslocaram uma ou duas horas de barco para celebrar conosco.

Foi um momento especial para cada um de nós, pois, celebrar nos ribeirinhos é também algo diferente. Eles estão habituados somente com os seus, vêem um padre uma vez por ano que passa meio dia com eles resolvendo questões de direção da comunidade, atendendo confissão, celebrando batizados. Não há grande contato com os padres ou quaisquer outros membros da igreja. Por isso eles nos aguardam com ansiedade, somos portadores da Boa Nova no melhor sentido da palavra. Uma pregação, um louvor, um gesto, tem um valor que jamais imaginaríamos. Eu havia experimentado isso com eles no Encontro das CEB’s ribeirinhas, ali mesmo em Cristo Rei no mês de agosto. Por já me conhecerem desse encontro e também por um contado da dirigente conosco em Breves nos dias do Encontro com Jovens é que fomos convidados a participar da festa do padroeiro.
Conduzi a celebração. A Virtes fez a homilia, a Elo participou lendo a oração da comunidade, Silvana e Júnior na Musica. Para aqueles que têm função de leitor, salmista e comentarista, nós os mantivemos por achar que especialmente no dia da festa do padroeiro seria injusto lhes retirar da sua função, que nos ribeirinhos é um cargo nomeado na comunidade.

Terminada a celebração participamos do bingo com a comunidade reunida e por volta das 15 horas retornamos para Breves, no barco São João da Palheta, esse sim um barco espetacular, não muito grande, porém limpo e confortável, é asegunda vez que nele viajo e o considero o melhor dos barcos que viajei no Marajó.

Foi à primeira vez nessa missão que nós três estivemos juntos nos ribeirinhos, as duas já haviam viajado antes, porém eu ainda não estava em Breves. Depois eu viajei duas vezes e as duas ficaram em Breves, numa outra fomos eu e Virtes sem a Elo. Precisávamos realizar uma missão nos ribeirinhos os três juntos, e com certeza essa foi à melhor delas.

Chegamos a Breves por volta das 5 horas da manhã da segunda-feira e retornamos a nossa missão.
Para encerrar novembro com chave de ouro, iniciaremos nessa quinta feira, dia 27 as nossas primeiras turmas de catequese infantil, para crianças com mais de dez anos e que estejam na quarta série ou seguintes, essa turma receberá a Primeira Eucaristia no dia 1º de Maio de 2009, na festa do Padroeiro.
No sábado iniciaremos a turma de catequese de adultos, se trata da primeira turma de catequese de adultos de Breves, esperamos levar muitos dos nossos irmãos a essa evangelização essencial e a recepção do Sacramento.

Que novembro nos inspire a crer que tudo é possível dentro dessa missão.

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