sexta-feira, 31 de julho de 2015

Grandes crises formam grandes santos

Quando olho para a história da humanidade e também a história da igreja, percebo claramente que nos grandes momentos de crise formaram-se grandes santos. É assim com Francisco e seus seguidores de Assis, desejosos de seguir o evangelho puro de Jesus. Assim também é Catarina de Sena que vivenciou a difícil tarefa de levar de volta para Roma o papado que há 70 anos se instalara em Avignon. Também foi assim com os contemporâneos da pseudo reforma protestante, Felipe Néri, Camilo de Léllis, Inácio de Loyola. Também santos do nosso tempo como Teresa de Calcutá que vivencia a crise da carestia em um lugar de tamanha pobreza como a Índia, especialmente sua Calcutá.

São tantas a crises que agora enfrentamos que me levam a questionar: “Quantos santos e santas nossa geração está formando?”

São tantos os desafios da vida moderna, crises financeiras, espirituais e morais, que Deus deve estar suscitando uma legião de novos homens e mulheres dispostos a remar contra a maré, a não seguir no instinto de manada.

Creio firmemente que teremos elevados aos altares muitos santos jovens como Maria Goretti, tão menina, que foi martirizada por defender sua virgindade. Chiara Luce Badano, nossa santinha tão jovem inserida em um dos novos movimentos da Igreja, o focolares. 

Homens e mulheres que viveram seu matrimônio como indica a palavra de Deus também receberão as honras dos altares, como Gianna Bereta Molla canonizada em 2004, a santa mulher que merece a honra dos altares, a mulher que recusou-se a abortar seu quarto filho apesar das complicações que teria e que tirariam sua vida. O que dizer do casal Luiz e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus e de outras tantas moças que seguiram a vocação religiosa. Um rapaz que queria ser padre, uma moça que queria ser freira, mas recusados por falta de qualificação, estavam qualificados para formar uma linda família, educar suas filhas para o serviço de Deus e aquilo que poderiam ser um padre e uma freira, multiplicou-se em vocações religiosas.

Quantos Luizes e Zélias precisamos hoje? Quantas Chiaras, Giannas e Marias podem surgir nos meios de nossas crises atuais?

Aceitaremos nós esse desafio? Remaremos contra a maré das ideologias de gênero? Não seguiremos como manada nas ideologias modernas dos LGBT’s, dos abortistas, dos que pregam o fim da família tradicional constituída por Deus?

Temo somente uma coisa em meu encontro com o Senhor, que Ele me pergunte como perguntou a Caim, “Onde está seu irmão? E respondendo como Caim eu diga: Não sei, acaso sou eu protetor de meu irmão? E o Senhor exclamará: Que fizeste? O sangue do teu irmão clama por mim.” (conf. Gen 4, 9-10).

Não!!! Existe uma geração nova que não está disposta a seguir a maré indicada pelas mídias e pela modernidade, que não tem instinto de manada. Muitos estão dispostos a contrariar a lógica de nossos tempos e assim nossas crises modernas hão de moldar grandes santos, anônimos ou elevados aos altares de nossa igreja, homens e mulheres, casados ou solteiros, jovens ou adultos, que souberam aproveitar o melhor que uma crise pode nos dar.

Beto Bernardi
Vitória/ES 21 de julho de 2015

Aos Loucos e Sonhadores


Um chamado de Deus está em teu coração agora?
Então desperte, levante e vá a Seu encontro.

Não precisas temer, pois o Senhor estará contigo para livrar-te. Colocará Suas palavras em teus lábios. Como prometeu ao jovem Jeremias, renova agora em ti essa promessa.

Imensos são os desafios: solidão, lágrimas e muitos medos certamente hão de atormentá-lo nessa missão, mas eles nada são diante da coroa de glórias que te aguardam ao fim do percurso.

Ao despertar para o chamado muitos estão ao lado para incentivar-te. Infelizmente de alguns dos quais tu mais esperas um incentivo, vieram palavras duras chamando-te de LOUCO, SONHADOR e outras tantas palavras que feriram teu coração.

É amigo, começaste a sentir nesse momento o peso da cruz, começaste a compreender a palavra que diz “Um profeta não é reconhecido na sua própria terra e entre seus parentes”. (Mc 6, 1-6)

É preciso seguir em frente, é preciso partir, viver as “bem aventuranças” e ser um bem aventurado no sentido mais profundo que pode ter essa expressão.

Ouvir o chamado à missão é de fato:
Decidir-se ter um coração pobre, chorar, ser manso e ter fome de justiça;
Atender o chamado do Senhor requer uma alma misericordiosa, um coração puro e pacífico.
E mesmo com todas essas virtudes, saber que encontrará pelo caminho, perseguição por causa da justiça que promoves, calunia e difamação por causa do nome de Jesus.

Quanta tristeza, não???
Não!!! Quanta bem aventurança espera por ti quando decidires renunciar a ti mesmo e abraçares o crucificado.

Não creias em promessas de tempos fáceis. De fato colherás muitas flores nos jardins do Senhor, mas para que possas colhê-las, ainda hás de te ferires com os espinhos.

Nada te perturbe. Cada um deles valerá a pena para ti. Cada um deles será para ti uma recordação suave e agradável, um testemunho de vida em missão que arrastará outros tantos LOUCOS e SONHADORES.

Ao fim da caminhada, poderás ouvir do Senhor, junto a outros justos:
“Vinde benditos de meu Pai... Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era peregrino e me acolhestes, nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na prisão e vistes a mim.” (Conf Mt 25,34-46)

Portanto, siga o teu coração, dentro dele Deus coloca todas as respostas que tanto aguardavas. SIGA e SEJA FELIZ.

Beto Bernardi
24 de Julho de 2015